Advocacia 5.0: livro explica o uso da tecnologia para melhor qualidade de vida

Para entender todos os benefícios da tecnologia na vida humana é preciso mudar a mentalidade atualmente percebida na maioria das pessoas. A tecnologia tem sido considerada uma vilã para muitas delas, por motivos como a substituição de trabalhos humanos tradicionais por automações e inteligência artificial; aumento de doenças psicológicas em função da velocidade e fluxo das informações da Era Digital, dentre outros.

Porém, o problema não está na tecnologia. Ela em si é muito boa e reflete nossa evolução enquanto humanos. O problema tem sido na maneira como as pessoas lidam com ela, como se fosse uma ferramenta de produtividade a qualquer custo.

Essas afirmações são do advogado especialista em gestão de negócios e também escritor Marcílio Drummond, autor do livro “Advocacia 5.0”.

Ainda conforme ele, essa é também uma mentalidade típica da chamada “Indústria 4.0”, que usa tecnologia e informação integradas para aumentar a produtividade e mitigar as falhas humanas na produção.

“A visão do maior impacto positivo da tecnologia na vida das pessoas foi inaugurada em 2016, quando o Governo do Japão trocou o foco  da Indústria 4.0 para a Sociedade 5.0”, explicou.

Conforme Marcílio, a 5.0 é onde o foco da tecnologia deixa de ser ela própria e a produtividade a qualquer custo e passa a ser o bem estar do ser humano.

“O enfoque do novo modelo social é usar a tecnologia e o avanço econômico em benefício do próprio homem – e não deixá-lo com medo de ser substituído, ou não manipulá-lo pelos algoritmos das redes sociais. Na prática, as habilidades humanas devem ser utilizadas com serviços mais adequados aos seus talentos, aptidões e propósitos, deixando para as máquinas tudo que for padronizado e repetido”, comentou.

Como autor do livro referente ao assunto, isso quer dizer que todas as tecnologias da 4ª Revolução Industrial/Indústria 4.0 – tais como robótica, inteligência artificial, realidade aumentada, big data (análise de volumes massivos de dados), nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética e internet das coisas, devem ser utilizadas para melhorar a qualidade de vida e o bem estar das pessoas.

“Em resumo, costumo dizer que a tecnologia não pode ser vista como fim em si mesma, mas como meio para melhorar a vida dos seres humanos. Essa mudança de enfoque troca a posição de vilão para herói. sociedade 5.0 deve trazer à rotina humana”, confirmou.

Nesse sentido, segundo Marcílio, há alguns benefícios práticos que podemos mencionar para a vida das pessoas:

Drones: os veículos aéreos não tripulados devem ser cada vez mais usados na entrega de mercadorias e no atendimento a desastres.

Smart home: é o mesmo conceito das smart cities, mas aplicado nas casas, com a internet das coisas e inteligência artificial tornando os lares mais conectados, eficientes e confortáveis.

Medicina robotizada: na medicina e enfermagem, robôs erram menos e não cansam, Por isso, serão fundamentais para encarar o desafio do envelhecimento da população.

Trabalho pesado: os robôs também assumirão trabalhos pesados (na agricultura, construção e limpeza), eliminando a necessidade de humanos ocupando essas posições desgastantes e degradantes.

Gestão inteligente na nuvem: soluções da computação em nuvem vão beneficiar pequenas e médias empresas, assim como empreendedores individuais, que terão gestão mais profissional e eficiente.

Veículos autônomos: antes de carros autônomos privados, é provável que vejamos essa tendência sendo colocada em prática no transporte coletivo e no transporte de cargas.

“Vindo para minha área de formação original, posso dizer que o Direito, como Ciência Social Aplicada que é, também é impactado por essas mudanças. Na vida dos Advogados, a Advocacia 5.0 significa menos tempo com trabalhos repetitivos e replicáveis, para que estes profissionais possam ter tempo e energia para pensar em casos mais complexos, bem como para cuidarem da saúde e desenvolverem suas Soft Skills – habilidades comportamentais, que é o que nos destaca enquanto humanos que somos”, falou.

Drummond deixou claro que ainda há muito a evoluir, principalmente porque as maiores dificuldades com a tecnologia e a atual era digital em que vivemos estão relacionadas ao nível de consciência das pessoas sobre como fazer a tecnologia trabalhar por elas.

Para ele, quem não tem essa consciência acaba sofrendo uma pressão inversa, sendo usado pela tecnologia e por quem a entende.

“Os caminhos para aproveitar todos os benefícios da tecnologia é, 1º não ser resistente às mudanças; 2º entender quais as aplicações de cada tecnologia e como elas podem substituir todos os trabalhos repetitivos que os humanos fazem e 3º Focar nas Soft Skills, ou seja, nas habilidades comportamentais. É com essas habilidades que seremos humanos mais poderosos e felizes. Estou falando em desenvolver: Aprendizagem Ágil, Comunicação, Criatividade, Inteligência Emocional, Liderança, Negociação e Influência, Pensamento crítico e Produtividade”, finalizou.

Sobre Marcílio Guedes Drummond

Marcílio Guedes Drummond é Advogado e especialista em Design de Serviços e Produtos pelo M.I.T. – Massachusetts Institute of Technology. É CEO do Marcílio Drummond – Advocacia Empresarial da Nova Economia (atuação em 10 países). É um dos líderes do Legal Hackers no Brasil. Marcílio é também especialista em Inteligência de Negócios, Cultura Analítica, Comunicação Influente e Crescimento de Negócios.  

É um dos primeiros Legal Growth Hackers da América Latina, professor de inovação no direito em países da América Latina (principalmente Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Colômbia), CEO e criador da Edtech “Advogado de Startups Academy” – voltada para desenvolvimento de negócios para Advogados.

Membro de Comissões das OABs MG, MT e SP. Professor de Pós-Graduação na Verbo Jurídico e no CEDIN. Mentor de diversos programas de criação e aceleração de Startups. Professor, Palestrante e autor sobre temas de direito, tecnologia, futurismo, inovação e empreendedorismo.

Já participou, como autor, coautor ou coordenador, de 14 obras dedicadas à inovação, empreendedorismo, tecnologia, direito, mercado e futurismo (2 delas indicadas pelo STJ). Foi um dos primeiros Heads de Inovação de escritório de advocacia na América Latina (Marcelo Tostes Advogados).

Indicado pela FGV como um dos principais líderes da Inovação Jurídica do Brasil, Marcílio também é sócio e investidor em startups e empresas offline.

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