Caprichosos de Pilares tira dúvidas dos compositores na próxima terça-feira dia 5

Os compositores que forem disputar sambas na Caprichosos de Pilares poderão tirar dúvidas com o carnavalesco, durante o ensaio da próxima terça-feira. 

Nesta terça-feira, 5 de outubro, será realizado ensaio de bateria e de passistas, Os segmentos terão este dia da semana fixo para a realização das atividades, inclusive cadastramento de componentes de alas.

A sinopse começou a ser disponibilizada no dia 23 de setembro e quem quiser participar das disputas de samba ainda está em tempo, pois a entrega dos sambas está prevista para  dia 26 de outubro e a apresentação dia 29.

Os compositores poderão se dirigir à quadra, na Rua Faleiros número 1 , Pilares, na próxima terça a partir das 20h.

A Caprichosos de Pilares desfilará pelo Grupo Especial da Superliga da Intendente Magalhães, com o enredo “Circo Brazuca”, do carnavalesco Bruno Oliveira

ABAIXO SEGUE SINOPSE

ENREDO: CIRCO BRAZUCA

APRESENTAÇÃO
O mundo é um grande circo. E tá cheio de comédia,
de drama, de tragédia, e muito palhaço trabalhando de graça
Mazaroppi


A Caprichosos de Pilares apresenta para o carnaval de 2022 um grande espetáculo
circense: O Circo Brazuca. Nosso enredo utiliza-se do circo como alegoria para
pensar o Brasil.

Não como uma metáfora depreciativa, como costumeiramente se faz,
significando algo ruim ou simplesmente uma bagunça. Ao contrário: o circo é o lugar
primordialmente da alegria e do encanto, mesmo com algumas atrações tenebrosas e
tensas que também povoam o show. É deste país que vamos tratar: o Brasil que, apesar dos espetáculos assombrosos e das trapalhadas grotescas apresentadas por alguns de seus terríveis personagens, segue com a lona erguida pela força e esperança da sua gente.


O circo foi berço de muitos artistas brasileiros hoje consagrados. E sua utilização
como metáfora para discutir o cotidiano é uma tradição em diversas representações
artísticas de todo o mundo. Dos filmes de Fellini, Mazaroppi e Cacá Diegues aos
diversos enredos do nosso carnaval; dos livros de poesia à música popular; nos
programas humorísticos de TV e nos próprios espetáculos circenses; muitos artistas
têm utilizado, ao longo do tempo, a estrutura do circo como base para reflexões importantes sobre a sociedade.


A Caprichosos de Pilares se une a essa tradição e retorna à sua própria história para
realizar um enredo alegre e satírico. Para esse resgate, convidamos para assumir o
honroso papel de apresentador desse espetáculo um artista e professor que é
fundamental em nossa trajetória: o nosso eterno carnavalesco Luiz Fernando Reis,
autor de alguns dos mais memoráveis carnavais de nossa escola. Luiz Fernando faz
parte da história da Caprichosos de Pilares e nos deu a marca da originalidade, a
partir de um tripé que sempre caracterizou seus enredos: populares, críticos e
escontraídos, como ele bem definiu na sinopse do inesquecível carnaval de 1984,
vencedor do Estandarte de Ouro de melhor enredo naquele ano: “A Visita da Nobreza do Riso a Chico Rei, num Palco nem Sempre Iluminado”.

Foi nesse carnaval, inclusive, que conhecemos o personagem
Brazuca, que hoje dá nome ao nosso circo. Seja bem vindo de volta, Luiz, será uma
alegria homenageá-lo!
Esse desfile será uma homenagem também à cultura brasileira, tão desprezada pelo
poder público atualmente, e a todos os nossos artistas, a quem esse país deve

reverências e aplausos. Queremos homenagear especialmente aqueles que nos
deixaram, como o nosso querido Ubirany, os mestres Nelson Sargento, Dominguinhos
e Laíla, e, finalmente, Aldir Blanc, que deu nome à importante lei de apoio aos
fazedores da cultura nesse momento difícil e a quem pedimos licença para trazer de
uma de suas obras a grande estrela de nosso espetáculo.
Viva o circo, viva o samba e a cultura! Viva o artista brasileiro!


SINOPSE
Um grande circo – Grande Circo BRAZIL – Palhaços, Cascatas e
Cascatinhas, Brazuca e seus amigos super-heróis, ao fundo “TIO SAM” e com ele o
“S” trocado pelo “Z”; e como todo circo que se preza a corda bamba e nela um
malabarista, um pouco gordo mas sugestivamente ali colocado.
Será que ele cai?
Luiz Fernando Reis, texto de apresentação do carnaval de 1984
Respeitável público! Digníssimas autoridades da corte do Momo! Ajeitem seus
assentos, tirem as crianças e os cachorros da pista, acordem os jurados, preparem o
gogó: o espetáculo vai começar! Preparem-se para muita gargalhada, muita emoção e
um pouco de
susto também. Vem aí o Circo Brazuca, mais uma produção da trupe Caprichosos de
Pilares, que nessa noite honrosamente estende sua lona na avenida Intendente
Magalhães, para conquistar mentes, corações e a chance de retornar ao palco de
tantas glórias.
E o que que tem no circo Brazuca?
Tem palhaçada? Tem sim, senhor!
Tem marmelada? Tem muita marmelada, sim, senhor!
Confusão, pancada e gritaria? É o que não falta!
Tem deboche? A trupe manda avisar: se não tiver deboche, não chame Caprichosos!
Senhoras e senhores, meninos e meninas, um minuto de sua atenção…. Antes de
começar o espetáculo, deixe eu me apresentar, para aqueles desavisados: prazer,
moçada, sou o Luiz Fernando, o apresentador que vai conduzi-los nessa noite mágica
no circo.
Sempre trabalhei para que essa trupe tenha uma identidade crítica, descontraída e
popular. No nosso Brazuca, é o povo que conduz o show e assina a direção! E vamos
começar, sem mais delongas, porque o tempo aqui é curto. Garanto que vão se
divertir – e se não gostarem podem cobrar o ingresso de volta!
Para abrir o espetáculo, batam palmas para os saltimbancos. E eles são muitos! É
tanta galhofada no Brazuca! Palhaços que fazem rir e palhaços que fazem chorar.

Palhaços de terno, gravata e laranjas. Palhaços que alegram a vida de crianças, de
doentes e das almas
entristecidas. São mais de 210 milhões de palhaços saracoteando no salão, e de
todos os tipos. Viva os palhaços (todos, menos alguns)!
Esse som contagiante é da nossa orquestra – e vejam como o povo dança conforme a
banda toca. Nossos músicos recebem o público e anunciam para a cidade que o circo
chegou! Junto deles chegam também as ciganas, prestem atenção no que cartas irão
revelar: nem só de alegria vive o nosso espetáculo.
Respeitável público, é isso mesmo que vocês estão percebendo, a música mudou. Eu
sei o que vem depois: muita realidade, pouca ficção; tensão, angústia e indignação;
mas a gente encerra com uma grande risada porque é assim que se espanta o medo,
rir é uma maravilhosa forma de resistir. Vem aí o show da dura realidade: malabaristas
com seus pratos vazios, as domadoras de bestas-feras, os soldadinhos dos anos de
chumbo, os motociclistas verozes do globo da morte, que não para de girar. Vem
chegando também o ilusionista: trago a saúde de volta em três dias (basta depositar
seus 10% nessa cartola).
Senhor mágico, por favor, restaure a magia, transforme o ambiente, devolva-nos a luz

  • mas, por favor, deixe a conta do lado de fora.
    O estalar do mágico mudou o clima. Pois agora olhem para o alto, vejam quem está
    chegando, por cima de nossas cabeças, a estrela-maior do nosso espetáculo, a nossa
    guia.
    Lá vem a equilibrista. A esperança-equilibrista!
    Lá vem ela, singela, decidida, passo a passo, como que dançando na corda bamba,
    com a pálida sombrinha em uma das mãos. À frente dela, abrindo seus caminhos,
    uma legião de artistas. Que linda cena: os artistas trazem nos braços a equilibrista, a
    esperança equilibrista! Ela sobe no palco e sabe que em cada passo dessa linha pode
    se machucar.
    Azar! Segue ela em seu compasso, não ignorando os contratempos que a
    antecederam, mas ciente de que sua missão é atravessar a corda, chegar viva ao
    outro lado do picadeiro, indicar o caminho aos descrentes: vai passar! Vamos fazer a
    travessia! O show vai
    continuar!
    A esperança que caminha, que se move, é o combustível para esse espetáculo se
    manter de pé. Palmas, senhoras e senhores, para a equilibrista! Mais aplausos!
    Aplausos a todos os grandes artistas, do passado, do presente, do agora e de
    sempre, que brilham e
    dignificam o Brazuca! Batam palmas para mim também, por favor! Onde estão as
    palmas, que não estou ouvindo?

Amado povo, é uma pena, passou tão rápido e o espetáculo de hoje chegou ao fim.
Mas ele não acabou! Em 2023, a gente abre novamente as cortinas, dessa vez nas
cercanias da Praça Onze, lá no Centro da cidade.
Ó, saudade, ô…
Tem de ser equilibrista até o final. E suando muito, apertando o cabo da sombrinha
aberta, com medo de cair, olhando a distância do arame ainda a percorrer – e sempre
exibindo para o público um falso sorriso de serenidade. Tem de fazer isso todos os
dias, para os outros como se na vida você não tivesse feito outra coisa; para você
como se fosse a primeira vez. Do contrário, seu número será um fracasso.
Fernando Sabino
Autor do enredo e pesquisa : Bruno de Oliveira
Texto: Jader Moraes

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