Artigo: Departamento Cultural – GRESE Império da Tijuca – Phellipe Patrizi
Em meados de 1945, período em que ainda vigorava a ditadura do Estado Novo no Brasil, a nossa quadra de ensaios foi tomada por policiais, após uma denúncia de que naquele espaço funcionava um grupo comunista.
O temor dos agentes estava relacionado com o cenário de perseguição aos opositores do regime e a repercussão do comício realizado pelo líder do Partido Comunista, Luiz Carlos Prestes, no campo do Vasco da Gama, em São Januário, há poucos dias do ocorrido.
Em entrevista ao Jornal do Brasil, o produtor de plantas ornamentais Mário Ribeiro relata que, inicialmente, os guardas tiveram dificuldade em compreender que o propósito da escola era atender as demandas da comunidade e em nada tinha a ver com as ideais defendidas por Prestes.
Ele se lembra de que os policiais foram conduzidos até a sala de aula, conheceram a tropa de escoteiros e se depararam com os materiais de acampamento. Por fim, perceberam que a denúncia não tinha fundamento. Como forma de se desculpar pelo ocorrido, presentearam a escola com uma bandeira nacional.
Fonte: Acervo pessoal do André Luiz da Silva Isidio (Andrezinho)
Foto tirada em 1947, cerca de dois anos após o episódio, durante os festejos da inauguração da energia elétrica no Morro da Formiga, reforçando assim o laço da agremiação com a sua comunidade
Referência
DUARTE, Francisco. “Sambar não é só sambar”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 16, fev. 1980. Caderno B, p.6. Disponível em: http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1980_00312.pdf. Acesso em: 19 dez. 2024.